[RESENHA] AS BRUMAS DE AVALON (Marion Zimmer Bradley)

segunda-feira, 28 de outubro de 2013


"Até hoje, a figura do rei Arthur foi apresentada sob as mais
variadas óticas. Em "As Brumas de Avalon", 
Marion Z. Bradley apresenta uma visão feminina por trás do
surgimento do mito de Excalibur e daquele que seria o maior 
dos Bretões.


Olá amigos do Loucamente Louca Mente!!!! 

Se Bernard Cornwell nos mostra a versão bruta de como Arthur Pendragon se tornou digno de portar Excalibur e se tornar o Rei dos Bretões, Marion Z. Bradley faz questão de nos mostrar a ideia do importante papel das mulheres na sociedade cristã e pagã, recontando a lenda do rei Artur em quatro livros cheios de intrigas e sensualidade.

A Senhora da Magia, A Grande Rainha, O Gamo-Rei e O Prisioneiro da Árvore são os quatro volumes que compõem As Brumas de Avalon, que reconta a lenda do rei Artur através da perspectiva de suas heroínas.


As mulheres de Avalon

Guinevere se casou com Artur por determinação do pai, mas era apaixonada por Lancelote. Ela não conseguiu dar um filho e herdeiro para o marido, o que gera sérias conseqüências políticas para o reino de Camelot. Sua dedicação ao cristianismo acaba colocando Artur, e com ele toda a Bretanha, sob a influência dos padres cristãos, apesar de ser juramento de respeitar a velha religião de Avalon.

Além da mãe de Artur, Igraine e de Viviane, a Senhora do Lago que é a Grande Sacerdotisa de Avalon, uma outra mulher é fundamental na trama: Morgana, a irmã de Artur. Ela é vibrante, ardente em seus amores e em suas fidelidades, e polariza a história com Guinevere, constituindo-se em a sua grande rival. Sendo uma sacerdotisa de Avalon, ela tem a Visão, o que a transforma em uma mulher atormentada.

Trata-se, acima de tudo, da história do conflito entre o cristianismo, representado por Guinevere, e da velha religião de Avalon, representada por Morgana. Ao acompanhar a evolução da história de Guinevere e de Morgana, assim como dos numerosos personagens que as cercam, acompanhamos também o destino das terras que mais tarde seriam conhecidas com Grã-Bretanha.

As Brumas de Avalon evoca uma Bretanha que é ao mesmo tempo real e lendária - desde as suas desesperadas guerras pela sobrevivência contra a invasão saxônica até as tragédias que acompanham Artur até a sua morte e o fim da influência mítica por ele representada. Igraine, Viviane, Guinevere e Morgana revelam através da história de suas vidas e sentimentos a lenda do rei Artur, como se ela fosse nova e original.


A misteriosa Avalon e suas brumas místicas

Na minha opinião...

Quem desejar ler As Brumas de Avalon esperando ver lutas épicas, jorros de sangue e cabeças cortadas, pode tirar o cavalinho da chuva. A obra de Marion Z. Bradley mostra muito mais os bastidores de onde e quando as decisões cruciais relacionados ao andamento da história são tomados, tendo sempre uma mulher envolvida na opção escolhida. 

Sinceramente, achei um tanto difícil a primeira leitura dos quatro volumes, até por que quando os li eu tinha acabado de largar nada mais nada menos que O Senhor dos Anéis, obra máxima de J. R. R. Tolkien. Mas confesso que, ao relê-los esses dias para escrever essa resenha, consegui manter uma melhor fluência na leitura, embora eu ainda a tenha achado cansativa em alguns momentos. 

Assim, indico esses livros para todos os fãs da lenda do rei Arthur, de literatura fantástica ou para quem quiser ler uma excelente obra. 

E você, já leu As Brumas de Avalon? O que achou? Deixe-nos um comentário!!!

Até a próxima!!!





2 comentários:

Jéssica disse...

Brumas foi a primeira saga que me fez ficar acordada até tarde porque não conseguia parar de ler. Inesquecível pra mim.

E embora não exista mesmo a violência bélica explícita, como você colocou, há momentos de violência bastante crua na narrativa; mas isso não a diminui ou a torna menos contemplativa pra mim: é uma forma de equilibrar as coisas.

Livro magistralmente escrito, com ação e reflexão cuidadosamente postos.

Abraço!

mm amarelo disse...

Fabricio, eu não li "As brumas" ainda porque não quis, hehe. Esse ano li "As crônicas de Arthur" do Cornwell e foi uma experiência tão incrível. O poder narrativo daquele homem, o que ele fez com todos as lendas e o apego que criei com os personagens...enfim, não quis apagar aquela sensação.
Um drama, eu sei ;)
Abraços,
Maira

 
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