"Mas são os momentos que iluminam tudo. As vezes que você
nem percebe quando está vivendo… É isso que faz o
resto ser importante.”
Saudações amigos! Hoje é 04 de novembro e, como já é de praxe, a primeira postagem do mês é a resenha de um quadrinho! E hoje eu não vos trago uma simples história. Na verdade, meus caros, eu vos trago um mito! É como eu trato a série Morte: O Grande Momento da Vida, do escritor inglês, Neil Gaiman.
Publicado no Brasil no já longínquo ano de 1997 em 3 edições quinzenais, a história narra o drama de uma cantora de rock chamada Foxglove que é lésbica e tem vive um conturbado relacionamento com Hazel. No auge de seu sucesso, a cantora se vê tendo de enfrentar a morte repentina de Larry, seu empresário e conselheiro, além da necessidade que sente em assumir o seu relacionamento gay. E no ápice de sua crise existencial, conhece a sensual Morte.
O personagem Morte é um dos mais emblemáticos dos criados por Gaiman. Sua figura é envolta de místicas, como a de que todo ser humano a encontra duas vezes durante sua existência: a primeira em seu nascimento e a segunda no momento de sua morte, ou a que ela escolhe um dia a cada 100 anos para andar entre os vivos como mortal, com a finalidade de entender o motivo de sua missão. É a segunda irmã mais velha dos Perpétuos (sendo mais nova somente do que Destino).
Morte parece sempre ser o perpétuo mais otimista e bem humorado (exceto por Destruição e Desejo, talvez) ao contrário de seu irmão mais novo, sempre mórbido e melancólico. Ela sempre se veste com roupas góticas e carrega um colar na forma de Ankh, ironicamente o símbolo egípcio da vida. Tem cabelos negros, e pele muito pálida (essa última é característica comum a todos os perpétuos).
Morte, dos Perpétuos
A história de M:OGMdV é simples mas muito longe de ser simplória. Os desenhos ficaram por conta do inglês Mark Buckingham (amigo pessoal de Gaiman, que além de já ter feito muita coisa para a DC comics, também já fez Homem Aranha e Motoqueiro Fantasma 2099 para a Marvel) é simples, mas preciso com anatomia cirúrgica e fotografia televisiva. E também por conta do ótimo desenhista americano Chris Bachalo (já desenhou outra série da Morte, várias histórias dos X-Men dentre outros trabalhos da Marvel), que tem um aspecto mais cinematográfico em seus quadrinhos. As capas evidentemente com a linda arte de Dave McKean que mistura desenho, pintura, fotografia e computação gráfica. O trabalho de cores ficou para Matt Hollingsworth que não acrescentou nada de especial, deixando o destaque mais para o roteiro em si.
Morte, por Jill Thompson
Além desse seriado, Morte é ainda personagem de outras duas histórias, embora apareça muitas vezes como coadjuvante no arco de seu irmão Sonho. São estas as histórias:
- Morte, O Preço da Vida: Descreve o encontro entre a perpétua e o adolescente Sexton Furnival. Quando encontra a Morte, Sexton está pensando em se suicidar, mas abandona temporariamente a idéia quando começa a acompanhá-la. A Morte não aparenta ser muito mais velha do que ele e ele a vê como uma garota de idéias extravagantes (em boa parte por não tentar esconder em nenhum momento que é a Morte). A trama se define com o aparecimento de Mad Hettie, uma mendiga que já está viva há mais de dois séculos e que pede à Morte que encontre seu coração perdido. E também há o Eremita, que quer aprisionar a Morte para que a vida seja eterna. (Essa idéia já estava presente na revista Sandman nº1, quando uma tentativa de capturar a Morte leva à prisão de Sonho em seu lugar). A mini-série retrata um período de vinte e quatro horas, especificamente o dia a cada cem anos que a Morte deve passar como mortal;
- Morte, a Festa: foi um especial desenhado por Jill Thompson em estilo mangá, para comemorar os 20 anos de Sandman, a história se baseia no arco estação das brumas de Sandman onde Lucifer fecha o inferno e o entrega para Sonho lhe causando problemas, como resultado suas irmãs Desespero e Delírio fazem uma festa em sua casa para entreter os mortos recém-expulsos do inferno.
Na minha opinião...
Existe uma ligação mágica entre mim e essa personagem. E principalmente em O Grande Momento da Vida que, na minha opinião, é o melhor quadrinho que já li até hoje.
A maneira como Neil Gaiman retrata a vida perturbada de Foxglove cujo único desejo é ser alguém normal, sem precisar levar consigo quaisquer tipos de segredos sobre quem ela realmente é, e como ele brinca ao nos apresentar a morte de um modo tão jovial, tão doce que nem mesmo parece ser a responsável por um momento tão triste da vida de qualquer ser humano, é algo que apenas ele consegue fazer. E apoiados pelos desenhos de Mark Buckingham e Chris Bachalo, a história ganha ainda muito mais magia.
Até a próxima!
2 comentários:
Fabricio, muito boa resenha!
Sandman já está na minha lista há muito tempo, quero comprar a coleção completa logo. Comecei a conhecer Morpheus por uma novela gráfica independente do arco: The Dream Hunters. Amei o plot, mas detestei a arte...
Agora você realmente me convenceu que vale a pena ler as histórias da Morte!
Um abraço. ;)
Fabrício, quando você diz que algo é simplesmente o melhor quadrinho que já leu, isso deixa qualquer um curioso, rs.
Ainda preciso ler Sandman, mas ainda me sinto perdida com relação as mini-séries. Seu post foi muito esclarecedor :D
Abraços,
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