[RESENHA] FILHOS DO FIM DO MUNDO (Fabio M. Barreto)

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Lançado por umas das editoras que mais apostaram em 
novos editores - a Fantasy - Casa da Palavra -,
Filhos do Fim do Mundo traz uma trama
envolvente em uma distopia 
de tirar o fôlego. 

Olá, amigos!!! Responda rápido: o que você faria se o mundo entrasse em um caos e você não tivesse certeza do que está acontecendo, quando acabará e, em meio a essa onda de pânico você não tivesse acesso a nenhum meio de comunicação possível? E se isso ocorresse assim, de repente, de uma hora para outra?

O que você faria?

Pois bem, é por isso que passam os personagens de Filhos do Fim do Mundo, escrito por Fabio M. Barreto, em 2013 e publicado pela excelente editora Fantasy – Casa da Palavra. E já adianto a vocês: para mim esse foi o melhor livro publicado no Brasil em 2013.

Fabio Barreto é um jornalista e cineasta paulista fã de ficção científica. Foi responsável direto pela criação da JediCon (maior evento brasileiro voltado ao universo de Star Wars), além de ser membro de um dos mais conhecidos e influentes podcasts voltado à cultura nerd da atualidade – o RapaduraCast. Além disso, Fabio é um escritor engajado com  a divulgação da literatura no nosso país, tanto é que recebeu ainda em 2013 o Prêmio Maria Helena Bandeira de Incentivo à Leitura de Ficção Científica em Salas de Aula, concedido pelo Clube dos Leitores de Ficção Científica do Brasil.

Fabio M. Barreto, o pai da criança

Em sua obra de estreia, Barreto nos coloca em meio a um verdadeiro caos repentino. Em uma determinada noite de 22 de dezembro, todas as crianças nascidas a menos de um ano morreram. Simplesmente. Com medo de alastrar o caos e o medo pela população, o governo então decide fechar todas as redes de comunicação, o que acaba gerando ainda mais terror e espalhando o pânico por entre a civilização. Logo, grupos extremistas tomados por esse medo acabam desencadeando atos de selvageria gratuita em busca de alguma salvação. 

Com o passar do tempo, o povo passou a acreditar que tudo não passava de alguma ação desenfreada do governo, e que eles possuíam a cura para àquele mal, gerando ainda mais baderna e dando voz e vez a blogueiros e outras entidades reacionárias. Ou seja, apenas mais confusão em meio ao pandemônio instaurado.

E no meio desse cenário distópico estava um repórter. Na verdade, o Repórter, dado que no livro – narrado em 3º pessoa – os personagens eram conhecidos por alguma característica, como o Repórter, o Padre, o Médico, a Senhora... e esse repórter se vê em um drama ainda mais pesaroso dado que a Esposa esperava seu primeiro Filho, o que tornara a luta pelo descobrimento da causa daquilo tudo – e principalmente de sua cura – ainda mais pessoal. Com a ajuda do Padre, ele se coloca entre o que é certo e o que é necessário, entre o moral e o natural, para que uma nova esperança possa banhar novamente aquela tão sofrida terra.

O caos e o medo geram a destruição. No livro não é diferente.


Na minha opinião...

Eu sou um fã assumido de ficção científica. Cresci assistindo filmes como Star Wars, Duna, dentre outros. E ter a oportunidade de ler um livro nacional de tamanha qualidade me deixou ainda mais contente por poder escrever sobre livros nesse nosso querido blog.  A primeira vez que ouvi falar desse livro foi pela coluna do meu amigo Sérgio Magalhães, o Baião de Letras (clique aqui paraser redirecionado para a matéria); descobri inclusive que pouco tempo antes o próprio Fabio Barreto tinha vindo a Fortaleza (onde moro), mas as épocas eram diferentes e acabei perdendo a oportunidade. 

Por conta da experiência de Barreto como cineasta, é impossível você não visualizar as cenas e definir suas tomadas de câmera. A própria dinâmica da história fez com que as minhas habituais 50 páginas diárias – média de leitura que levo comigo para manter o ritmo – fez com que estas se passassem em um tempo de uma hora mais ou menos. E se você acha que isso pode prejudicar a ambientação, nem se preocupe: Barreto foi meticuloso o suficiente para controlar com ímpar maestria a narrativa ao ponto de não deixar pontos descobertos. E o final... que final!!!

Como de praxe, a publicação da Fantasy merece novamente destaque. O esmero com o que eles publicaram a obra é realmente entusiasmante. A qualidade do papel, a diagramação, a capa... tudo com a já conhecida qualidade de suas obras (aqui já comentamos “O Espadachim de Carvão” e “Wayne de Gotham”, onde enaltecemos o excelente acabamento das obras.

Então, mestre Fabio Barreto, eu e o Loucamente Louca Mente espera ansiosamente pelo seu próximo livro. E que não demore tanto, por favor.

Abraço a todos e até a próxima!




2 comentários:

O Seriador Compulsivo disse...

Gostei da resenha e fiquei curioso para ler o livro. E estou gostando que as editoras tem apostado na safra de escritores brasileiros de ficção e fantasia..

Loucamente Louca Mente disse...

Olá Cleber!!!
Esse livro é fantástico. Para mim foi o melhor livro lançado em 2013 (e olhe que teve livro do Neil Gaiman - meu autor favorito - lançado nesse ano, hein?). E a Fantasy fez ótimas apostas, e só quem ganha com isso somos nós.

Obrigado pelo comentário, e esteja convidado a sempre retornar \o

 
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