Lançado por umas das editoras que mais apostaram em
novos editores - a Fantasy - Casa da Palavra -,
Filhos do Fim do Mundo traz uma trama
envolvente em uma distopia
de tirar o fôlego.
Olá, amigos!!! Responda rápido: o que você faria se o mundo
entrasse em um caos e você não tivesse certeza do que está acontecendo, quando
acabará e, em meio a essa onda de pânico você não tivesse acesso a nenhum meio
de comunicação possível? E se isso ocorresse assim, de repente, de uma hora
para outra?
O que você faria?
Pois bem, é por isso que passam os personagens de Filhos do
Fim do Mundo, escrito por Fabio M. Barreto, em 2013 e publicado pela excelente
editora Fantasy – Casa da Palavra. E já adianto a vocês: para mim esse foi o
melhor livro publicado no Brasil em 2013.
Fabio Barreto é um jornalista e cineasta paulista fã de
ficção científica. Foi responsável direto pela criação da JediCon (maior evento
brasileiro voltado ao universo de Star Wars), além de ser membro de um dos mais
conhecidos e influentes podcasts voltado à cultura nerd da atualidade – o RapaduraCast.
Além disso, Fabio é um escritor engajado com
a divulgação da literatura no nosso país, tanto é que recebeu ainda em 2013 o Prêmio Maria Helena Bandeira de Incentivo à Leitura de Ficção
Científica em Salas de Aula, concedido pelo Clube dos
Leitores de Ficção Científica do Brasil.
Fabio M. Barreto, o pai da criança
Em sua obra de estreia, Barreto nos coloca em meio a um
verdadeiro caos repentino. Em uma determinada noite de 22 de dezembro, todas as
crianças nascidas a menos de um ano morreram. Simplesmente. Com medo de
alastrar o caos e o medo pela população, o governo então decide fechar todas as
redes de comunicação, o que acaba gerando ainda mais terror e espalhando o
pânico por entre a civilização. Logo, grupos extremistas tomados por esse medo
acabam desencadeando atos de selvageria gratuita em busca de alguma salvação.
Com o passar do tempo, o povo passou a acreditar que tudo não passava de alguma
ação desenfreada do governo, e que eles possuíam a cura para àquele mal,
gerando ainda mais baderna e dando voz e vez a blogueiros e outras entidades
reacionárias. Ou seja, apenas mais confusão em meio ao pandemônio instaurado.
E no meio desse cenário distópico estava um repórter. Na
verdade, o Repórter, dado que no livro – narrado em 3º pessoa – os personagens
eram conhecidos por alguma característica, como o Repórter, o Padre, o Médico,
a Senhora... e esse repórter se vê em um drama ainda mais pesaroso dado que a
Esposa esperava seu primeiro Filho, o que tornara a luta pelo descobrimento da
causa daquilo tudo – e principalmente de sua cura – ainda mais pessoal. Com a
ajuda do Padre, ele se coloca entre o que é certo e o que é necessário, entre o
moral e o natural, para que uma nova esperança possa banhar novamente aquela
tão sofrida terra.
O caos e o medo geram a destruição. No livro não é diferente.
Na minha opinião...
Eu sou um fã assumido de ficção científica. Cresci
assistindo filmes como Star Wars, Duna, dentre outros. E ter a oportunidade de
ler um livro nacional de tamanha qualidade me deixou ainda mais contente por
poder escrever sobre livros nesse nosso querido blog. A primeira vez que ouvi falar desse livro foi
pela coluna do meu amigo Sérgio Magalhães, o Baião de Letras (clique aqui paraser redirecionado para a matéria); descobri inclusive que pouco tempo antes o
próprio Fabio Barreto tinha vindo a Fortaleza (onde moro), mas as épocas eram
diferentes e acabei perdendo a oportunidade.
Por conta da experiência de Barreto como cineasta, é
impossível você não visualizar as cenas e definir suas tomadas de câmera. A
própria dinâmica da história fez com que as minhas habituais 50 páginas diárias
– média de leitura que levo comigo para manter o ritmo – fez com que estas se
passassem em um tempo de uma hora mais ou menos. E se você acha que isso pode
prejudicar a ambientação, nem se preocupe: Barreto foi meticuloso o suficiente
para controlar com ímpar maestria a narrativa ao ponto de não deixar pontos
descobertos. E o final... que final!!!
Como de praxe, a publicação da Fantasy merece novamente
destaque. O esmero com o que eles publicaram a obra é realmente entusiasmante.
A qualidade do papel, a diagramação, a capa... tudo com a já conhecida qualidade
de suas obras (aqui já comentamos “O Espadachim de Carvão” e “Wayne de Gotham”,
onde enaltecemos o excelente acabamento das obras.
Então, mestre Fabio Barreto, eu e o Loucamente Louca Mente espera
ansiosamente pelo seu próximo livro. E que não demore tanto, por favor.
Abraço a todos e até a próxima!
2 comentários:
Gostei da resenha e fiquei curioso para ler o livro. E estou gostando que as editoras tem apostado na safra de escritores brasileiros de ficção e fantasia..
Olá Cleber!!!
Esse livro é fantástico. Para mim foi o melhor livro lançado em 2013 (e olhe que teve livro do Neil Gaiman - meu autor favorito - lançado nesse ano, hein?). E a Fantasy fez ótimas apostas, e só quem ganha com isso somos nós.
Obrigado pelo comentário, e esteja convidado a sempre retornar \o
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